A influenciadora de moda Jeane Passos faleceu aos 34 anos, depois de uma internação por conta de complicações da anemia falciforme. A informação foi confirmada pela equipe da influencer, que também fazia posts sobre casa e beleza, nesta quinta-feira (16).
Ontem, a rede social da influencer foi usada para divulgar um comunicado explicando que Jeane estava impossibilitada de utilizar o celular e pedidos de orações.
“Venho por meio dessa nota, por respeito aos seguidores e parceiros, comunicar que Jeane está internada por complicações de anemia falciforme. Neste momento, ela está impossibilitada de acessar o celular. Peço orações por ela, para que Deus restaure a sua vida”.
O velório será realizado no Cemitério Bosque da Paz, nesta quinta-feira (16), às 15h15, e o sepultamento às 17h.
Conhecida entre os blogueiros de Salvador, Jeane era querida entre os seguidores e admiradores do conteúdo que publicava no Instagram diariamente. A influenciadora, que conversava constantemente com os seguidores, não demonstrou nenhum tipo de mudança no comportamento ou na saúde para quem acompanhava os stories, apenas parou de postar para cuidar da saúde.
Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde aponta que Salvador é a cidade brasileiro que concentra o maior número de portadores da anemia falciforme.
Doença
Em outubro deste ano, o CORREIO fez uma reportagem sobre o tratamento que possibilita a cura da anemia falciforme, mas o valor exorbitante chocou a todos os pacientes: US$ 2 milhões por pessoa.
A doença acaba atingindo ainda mais a população negra. Segundo dados mais recentes do IBGE, a anemia falciforme corresponde a 80% dos baianos.
O único procedimento de cura disponível até o momento no mercado é o transplante de medula óssea, mas a dificuldade de achar um doador compatível e os riscos envolvidos na cirurgia inviabilizam o tratamento para a maior parte da população brasileira, principalmente a baiana. Segundo Jaqueline Itajubá, as chances de compatibilidade não ultrapassam 20%.
Além disso, as duas únicas unidades de saúde que realizam o transplante pelo sistema público na Bahia não têm capacidade para atender a demanda. São o Hospital Universitário Professor Edgard Santos – Hupes e o Hospital São Rafael – Rede D’Or. “Vivemos em um cenário em que um em cada 165 nascidos vivos na Bahia são diagnosticados com anemia falciforme, a maior incidência da doença no país”, afirma Jaqueline Itajubá, coordenadora médica do Centro Estadual de Referência às Pessoas com Doença Falciforme – Rilza Valentim e professora do curso de Medicina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
Fonte: Correio