O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou nesta terça-feira (30) que a Polícia Federal abriu investigação para identificar a origem do metanol usado na adulteração de bebidas alcoólicas em São Paulo.

Segundo ele, há fortes indícios de que a rede de distribuição não esteja restrita ao estado e possa alcançar outras regiões do país.
Em São Paulo, seis casos de intoxicação já foram confirmados, incluindo três mortes. Outros dez seguem em apuração, enquanto um foi descartado. O Ministério da Saúde reforçou que, até o momento, não há novos registros, mas classificou a situação como “anormal”.
O processo de adulteração, conhecido como “batismo”, é feito por falsificadores que enchem garrafas de marcas conhecidas, como gin e vodca, com metanol. A substância é altamente tóxica e pode provocar sintomas como cólicas intensas, perda de visão e, em casos mais graves, levar à morte.
Diante do cenário, a Secretaria Nacional do Consumidor emitiu uma nota técnica orientando estabelecimentos a redobrar a atenção a rótulos e embalagens com sinais de manipulação. A fiscalização já começou e pontos de venda identificados com bebidas contaminadas serão notificados pelo Ministério da Justiça para rastrear fornecedores e mapear a cadeia criminosa.
Lewandowski determinou que a PF atue com rigor para identificar os responsáveis e destacou que o número elevado de casos fora do padrão chamou a atenção das autoridades. “Tudo indica que há distribuição para além de São Paulo”, disse o ministro.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, também não descartou a participação do crime organizado no esquema, lembrando investigações anteriores sobre a importação irregular de metanol pelo porto de Paranaguá (PR).
O Brasil conta com 32 Centros de Informação e Assistência Toxicológica do SUS, disponíveis em todos os estados, que podem orientar a população e profissionais de saúde sobre casos de intoxicação.
Fonte: Macajuba Acontece
