Após ver a sua esposa falecer na fila da regulação esperando uma cirurgia de apendicite, o morador de Dias D’Ávila, Silvio Santana, 49 anos, denuncia a falta de unidades de emergência no município e o atendimento prestado pelo Hospital Geral de Camaçari (HGC), que presta cobertura assistencial aos municípios da Região Metropolitana de Salvador.
Rosemeire Galdino dos Santos, de 49 anos, passou três dias pulando de uma unidade de saúde para outra em Dias D’Ávila e Camaçari, com fortes dores no abdômen, sendo medicada sem receber um diagnóstico preciso.
Na manhã de segunda-feira (15), ela sofreu uma piora e foi levada pelo marido para o HGC em estado grave, mas teve o atendimento que precisava recusado. Segundo Silvio, o risco de morte e a urgência de uma cirurgia de apendicite foi atestada por uma enfermeira da unidade.
Mesmo assim, Rosimere foi instruída a passar por uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e aguardar para ser transferida para o hospital pela regulação. Algumas horas depois de chegar na UPA Gleba A de Camaçari, o apêndice dela rompeu, gerou paradas cardíacas e a levou a óbito. Tudo ocorreu pouco tempo depois de conseguirem uma vaga para ela ser transferida.
Rosemeire deixa uma filha de 15 anos. “Eu não desejo isso para ninguém. Se eles tivessem feito a cirurgia quando ela chegou no hospital isso não teria acontecido. Ela era amada e querida por todos. É preciso expor para que olhem para a situação de descaso da nossa saúde”, enfatizou Silvio.
O sepultamento ocorreu nesta terça-feira (16), em um cemitério de Dias D’Ávila. Rosemeire
faria 50 anos em 17 de junho e Silvio completaria a mesma idade no dia 20 de junho. Eles estavam juntos há 20 anos e sempre celebravam a passagem de ano juntos. Silvio planejava pedi-la em casamento.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), para saber o motivo de Rosemeire ter tido o atendimento negado, mesmo estando em estado grave, mas até a publicação desta matéria não houve retorno.
Fonte: Esplanada News