Evento reuniu cerca de 7 mil pessoas com programação gratuita e acessível, destacando a força da cultura do sertão baiano.
Entre os dias 28 e 30 de julho, o município de São José do Jacuípe viveu momentos intensos de celebração cultural com a realização da terceira edição da FLIZÉ — Festa Literária do Jacuípe. Com o tema “Mãos que constroem a cidade”, o evento transformou o sertão em palco de palavras, encontros e manifestações artísticas, reunindo cerca de 7 mil pessoas em uma programação marcada pela diversidade, inclusão e valorização da identidade local.

Entre os destaques desta edição, estiveram as oficinas temáticas com foco em linguagens da cultura nordestina, como xilogravura, cordel, dança, haicai, geometrismo, fanzine e produção de imagens inspiradas no sertão. Atividades de capoeira, poesia, fanfarra e dança popular também movimentaram a programação e emocionaram o público.
A participação das escolas da região teve papel central no evento. Treze unidades da rede estadual, além de escolas municipais, participaram ativamente com caravanas organizadas em parceria com o Núcleo Territorial de Educação (NTE 15). Os estudantes contaram com estrutura de alimentação gratuita, garantindo sua permanência nos três dias de atividades.
Outro destaque foi a Flizézinha, espaço dedicado ao público infantil, com contações de histórias, teatro de fantoches, pintura facial e um parque inflável solidário. A entrada para essa atração foi a doação de 1 kg de alimento não perecível, resultando na arrecadação de meia tonelada de alimentos destinados ao programa Bahia Sem Fome.
A cidade sentiu o impacto positivo do evento em sua economia local. Os hotéis registraram lotação máxima, a praça de alimentação teve alta movimentação de comerciantes e a feira de economia solidária contou com ampla adesão. Para estimular o consumo local, foram distribuídos vales de R$ 50 para que estudantes adquirissem produtos diretamente dos artesãos. O mesmo modelo foi adotado na Feira do Livro, promovendo acesso à leitura e valorizando editoras e autores regionais.
As mesas de debate abordaram temas como negritude, literatura africana, feminismo, diversidade e pertencimento, com participação ativa do público. A acessibilidade também foi uma prioridade: todas as atividades contaram com intérpretes de LIBRAS e ambientes acessíveis, consolidando a FLIZÉ como um espaço inclusivo e democrático.
A FLIZÉ 2025 foi realizada com apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio do Programa Bahia Literária, e contemplada pelo Edital de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários (nº 01/2024). O projeto conta ainda com o apoio da Secretaria de Educação, da Secretaria de Cultura (via Fundação Pedro Calmon), e do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB), por meio da Rádio Educadora FM e da TVE Bahia.
Ao final dos três dias, o sentimento entre os participantes era unânime: a FLIZÉ não termina, apenas recomeça. A memória do evento permanece viva como um livro inesquecível, que deixa saudade e expectativa pelos próximos capítulos.


