A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um inquérito para apurar o caso de intoxicação ocorrido em Patrocínio, onde quatro pessoas da mesma família foram hospitalizadas após ingerirem uma planta que seria uma “falsa couve”. A principal linha de investigação é o envenenamento acidental, com a hipótese de que a planta tenha sido confundida com couve comum durante o preparo de um almoço.
A Nicotiana glauca, popularmente chamada de “falsa couve”, “charuteira” ou “fumo bravo”, é uma planta da família Solanaceae, originária da América do Sul e amplamente encontrada em áreas rurais e beiras de estrada. Ela contém anabazina, um alcaloide que pode provocar paralisia muscular e respiratória, levando à morte em casos graves.
Especialistas alertam para a semelhança visual da planta com a couve comum, o que facilita a confusão. A Nicotiana glauca possui folhas mais finas, de textura aveludada e cor verde acinzentada, enquanto a couve tradicional apresenta folhas grossas, com nervuras bem marcadas e um verde mais vivo.
Casos de intoxicação por Nicotiana glauca já ocorreram em outras regiões do Brasil. Em 2012, em Santa Luzia (MG), um homem morreu e quatro familiares ficaram internados após consumirem a planta. Em 2018, em Pio IX (PI), seis pessoas, incluindo duas crianças, foram hospitalizadas após ingerirem suco com folhas da planta; todas receberam alta posteriormente.
Diante disso, a Secretaria de Saúde de Patrocínio reforçou a importância de identificar corretamente as plantas antes do consumo e buscar atendimento médico imediato em casos de suspeita de intoxicação. Não há antídoto caseiro para os efeitos da Nicotiana glauca; o tratamento deve ser realizado exclusivamente em unidades de saúde.
A investigação segue em andamento, e a população é orientada a manter cautela ao consumir plantas desconhecidas, especialmente aquelas que se assemelham a hortaliças comuns.
Fonte: Correio

