Em entrevista ao portal MASSA!, Elisabete contou que o trâmite judicial iniciou em dezembro de 2020, quando o pai das crianças e, na época, companheiro, apresentou o exame alegando não ser o pai dos bebês. “Éramos uma família dentro do contexto de qualquer outra família, sendo que o desejo maior de ter filhos sempre foi dele. E, então, quando chegou no dia 24 de dezembro de 2020, nosso primeiro Natal em família, ele me surpreende com um suposto teste de DNA negativo que ele realizou somente com um dos gêmeos. E quando ele me apresentou aquele exame eu questionei por qual motivo ele realizou o exame, sem o meu conhecimento, de modo modo obscuro, ele se negou a responder todas as perguntas”, disse.
Ainda de acordo com ela, depois de apresentar esse resultado, o suspeito a colocou para fora de casa, junto com os filhos, que tinham apenas 11 meses. Por causa desse exame feito pelo ex-companheiro, ela perdeu toda a rede e, como consequência disso, ela e as crianças começaram a passar por dificuldades, incluindo com falta de alimentação. “Eu perdi tudo. Perdi amigos, perdi família, porque ninguém acreditava em mim. Diante de um exame de DNA, quem vai acreditar? Então, nessa história, eu fui a adúltera, a golpista, a louca dos gêmeos, era assim que me intitulavam. Tentaram me frustrar em todas as áreas da minha vida, como profissional, como mulher e também como mãe. Eu tentei até a morte, mas quando somos mãe, pensamos no filho até na hora de morrer”, relatou, acrescentando que chegou a tomar remédios em excesso para tentar tirar a própria vida.
Após passar por toda essa situação, Elisangela, que trabalhava como assistente financeiro, diz que buscou orientações jurídicas e, a partir disso, deu entrada nos processos judiciais contra o laboratório e contra o ex-marido, que foi acionado para fazer outro exame de DNA, desta vez, sob controle da Justiça. “Ele foi convocado para realizar o exame. Realizamos o primeiro exame quase dois anos após a entrada na Justiça, e óbvio que veio positivo. Ele pediu uma contraprova porque achou necessário. Então, refizemos esse exame, também pela justiça, no qual deu positivo novamente. Então, batido martelo, ele não tem mais como negar essa paternidade”, completou ela.
Agora, Elisangela, por meio da advogada especialista em Direito Civil, Vanessa Pinzon, quer que o laboratório se responsabilize pelo resultado supostamente falso que foi emitido pela unidade, em 2020. “O processo está em segredo de Justiça, por isso não posso me aprofundar muito, mas o que posso dizer é que o laboratório nega o erro. Estamos aguardando um retorno do Ministério Público sobre a instauração de um inquérito criminal para investigar se foi uma fraude ou um erro”, disse a advogada ao MASSA!.
A reportagem entrou em contato com o laboratório para ouvir o posicionamento da empresa, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.
Fonte: A Tarde