O mundo da música perdeu, nesta segunda-feira (24), um de seus maiores ícones: Jimmy Cliff, cantor, compositor e referência global do reggae e ska jamaicano, morreu aos 81 anos. A informação foi confirmada por meio de um comunicado divulgado por sua esposa, Latifa.
Segundo o relato, Cliff sofreu uma convulsão decorrente de um quadro de pneumonia, não resistindo às complicações. Latifa agradeceu o carinho dos fãs e de todos que acompanharam a trajetória do artista, além de pedir respeito à privacidade da família no momento de luto.

“É com profunda tristeza que compartilho que meu marido, Jimmy Cliff, partiu após uma convulsão seguida de pneumonia”, disse. “Agradeço a todos que estiveram ao seu lado nesta jornada. Ele valorizava imensamente o amor dos fãs ao redor do mundo.”
A esposa ainda prestou agradecimentos à equipe médica e afirmou que mais informações serão divulgadas posteriormente. O comunicado foi assinado por Latifa, Lilty e Aken.
Um legado eterno
Jimmy Cliff deixa uma obra que atravessou gerações. Entre seus maiores sucessos, estão clássicos como “The Harder They Come”, “You Can Get It If You Really Want” e “Many Rivers to Cross”, músicas que marcaram a consolidação do reggae no cenário internacional.
Seu impacto não se restringiu à música: Cliff também brilhou no cinema ao protagonizar, em 1972, o filme “The Harder They Come” (Balada Sangrenta), obra fundamental para o reconhecimento global da cultura jamaicana.
Uma relação profunda com o Brasil
O Brasil teve papel especial na trajetória do artista. Sua primeira vinda ao país ocorreu em 1968, quando participou do Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro. A energia e a cultura brasileiras o marcaram profundamente, inspirando inclusive a composição de “Wonderful World, Beautiful People”.
Cliff lançou o álbum “Jimmy Cliff in Brazil”, gravou clipes no Rio, manteve relação intensa com a Bahia e até formou família no país — sua filha, Nabiyah Be, nasceu em Salvador e se destacou posteriormente no cinema, participando do filme “Pantera Negra”.
O artista também recordava com carinho apresentações históricas no Brasil, como o show ao lado de Gilberto Gil, em 1980, marcado pela força emocional após receber a notícia da morte de seu pai.
Últimos anos
Apesar da idade, Jimmy Cliff seguia ativo. Seu último single, “Human Touch”, trouxe reflexões sobre a solidão e um retorno às raízes do reggae dos anos 1960.
Sua morte encerra uma vida dedicada à música, à arte e à espiritualidade, deixando um patrimônio cultural que ressoa em diferentes países — especialmente no Brasil, onde encontrou um segundo lar.
Um adeus que ecoa
Jimmy Cliff se despede do mundo físico, mas permanece vivo em seus discos, em suas apresentações e no sentimento de milhões de admiradores. O reggae perde um gigante; a música, um dos seus maiores contadores de histórias.
“See you and we see you, Legend.”
Redação/Informações G1
