Reeleito vereador do município de Paripiranga, nordeste da Bahia, localizado na divisa BA com Sergipe, Alexandre Magno Rodrigues de Oliveira (MDB) foi condenado a 14 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado, cometido no dia 2 de maio de 2014. A sentença foi proclamada pelo 1º Juízo da 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Salvador, na quarta-feira (4), na sessão conduzida pela juíza Gelzi Maria Almeida Souza Matos.
Alexandre Magno é acusado de envolvimento na morte do médico José Carlos Carvalho, que era filiado ao PT na cidade. Segundo a decisão da Justiça, o vereador foi o mandante do crime.
Ao falar da conduta do político, a sentença diz que o “modo de agir do réu evidencia intenso grau de reprovabilidade”, apesar dele ter bons antecedentes. A pena base foi fixada em 12 anos, mas aumentada com o reconhecimento do “motivo fútil” para a motivação do crime. A pena deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado.
Conforme denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), o crime foi motivado após Alexandre Magno considerar sua candidatura a prefeito de Paripiranga “ameaçada” por José Carlos, que provavelmente sairia como candidato também na eleição municipal de 2016.
Na época o médico tinha 49 anos e era muito conhecido na cidade, com clínicas na região e foi atingido com tiros na cabeça por dois homens que estavam a bordo de uma moto no momento em que ele estava saindo da academia.
Nas eleições de 2012, Zé Carlos foi derrotado com 47% dos votos para George, que venceu com 51,97% dos votos à reeleição. Alexandre Magno, que após a morte do médico, desistiu da candidatura de prefeito e se elegeu vereador, sendo eleito com a menor votação, ou seja, 13º dentre os eleitos com 597 votos.
Ele se reelegeu vereador em 2020, com 736 votos e outubro deste ano, mais uma vez reeleito com 847 votos, sempre ligado ao grupo do ex-prefeito George, que nas últimas três eleições para prefeito perdeu para o grupo liderado pelo prefeito Justino Neto, o mesmo que pertencia o médico José Carlos.
Além do vereador, também foi condenado Leonardo Fraga Guimarães, apontado como autor dos dois disparos que mataram o médico. Ele foi condenado a 14 anos de prisão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado, e teve a pena agravada em vista da emboscada feita para matar a vítima e mediante recompensa que receberia por praticar o crime, promessa feita por Alexandre Magno.
Um terceiro réu, identificado como Igor de Menezes Carvalho, na época funcionário da Prefeitura, foi inocentado
O júri terminou por volta das 22h de quarta-feira. Além da viúva do médico, Ivanusia Andrade e seus familiares, integrantes do grupo de oposição, a exemplo do ex-prefeito George e dos vereador Wilson e Beto de Zé Pinto, Paulo de Nezinho, candidato a vice-prefeito na chapa de George e Jerônimo de Bricio, e do ex-vereador e esposo da vereador Neide Carvalho, todos do MDB, acompanharam o julgamento.