A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como um dos principais articuladores de um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas.

Além da prisão de Antunes, agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão na casa e no escritório do advogado Nelson Willians, também investigado no caso, segundo o g1. Outro alvo da operação é o empresário Maurício Camisotti, suspeito de atuar como sócio oculto de uma entidade envolvida nas fraudes previdenciárias.
A ação ocorre um dia após a CPI do INSS aprovar a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Antunes, que está convocado a depor na próxima segunda-feira.
De acordo com as investigações, empresas ligadas ao “Careca do INSS” funcionavam como intermediárias financeiras de associações suspeitas, recebendo os recursos desviados e repassando-os a pessoas vinculadas às entidades ou a servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A PF aponta que Antunes recebeu R$ 53 milhões de associações de aposentados e pensionistas. Desse total, mais de R$ 9 milhões foram transferidos diretamente para pessoas ligadas ao instituto.
Com a prisão, cresce a expectativa em torno do depoimento de Antunes à CPI do INSS, considerado peça-chave para o avanço das investigações sobre o esquema, descrito como um dos maiores já identificados contra o sistema previdenciário.
Quem é o “Careca do INSS”?
Antônio Carlos Camilo Antunes movimentou R$ 12,2 milhões em contas bancárias em apenas 129 dias — pouco mais de quatro meses. Ele é apontado pela PF como figura central no suposto esquema de descontos indevidos aplicados em aposentadorias e pensões.
Segundo os investigadores, suas empresas operavam como intermediárias financeiras para entidades associativas. Documentos mostram que os repasses eram feitos no mesmo dia do recebimento, deixando saldos mínimos em conta, o que, para a polícia, indica tentativa de dificultar o rastreamento do dinheiro.
A defesa de Antunes nega as acusações e afirma que elas “não correspondem à realidade dos fatos”.
Fonte: O Globo
