Seis das dez cidades que registraram mais mortes violentas em 2023 ficam na Bahia. É o que mostra a 18ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O município de Santana, no Amapá, lidera o ranking, com 92,9 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes – um índice mais de quatro vezes maior do que o nacional, de 22,8. Contudo, a Bahia é o estado que mais tem representantes nas dez primeiras posições do ranking: Camaçari, com 90,6; Jequié, com 84,4; Simões Filho, com 75,9; Feira de Santana, com 74,5; Juazeiro, com 74,4; e Eunápolis, com 70,4 estão na lista.
O chamado “índice de mortes violentas intencionais” (MVI) inclui as vítimas de homicídio doloso, entre elas as vítimas de feminicídios; vítimas de latrocínio, o roubo seguido de morte; de lesão corporal seguida de morte; e, mortes decorrentes de intervenções policiais.
Confira a lista das dez cidades mais violentas do Brasil:
Município Taxa MVI
. Santana (AP) 92,9
Camaçari (BA) 90,6
Jequié (BA) 84,4
Sorriso (MT) 77,7
Simões Filho (BA) 75,9
Feira de Santana (BA) 74,5
Juazeiro (BA) 74,4
Maranguape (CE) 74,2
Macapá (AP) 71,3
Eunápolis (BA) 70,4
Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Regiões
Considerando as regiões do país, Norte e Nordeste são as mais violentas. Na análise do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nessas duas regiões estão localizados os estados que convivem com um quadro acentuado de disputas entre facções de base prisional por rotas e territórios e, ao mesmo tempo, concentram a maioria dos estados com altas taxas de letalidade policial.
As maiores taxas de mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes estão no: Amapá, com 69,9 mortes por 100 mil habitantes; Bahia, com 46,5; e Pernambuco, com 40,2. As menores taxas são as de São Paulo, 7,8; Santa Catarina, 8,9; e, Distrito Federal, 11,1.
Mortes violentas diminuíram
Em 2023, as mortes violentas no Brasil diminuíram 3,4% em relação a 2022. Ainda assim, foram registradas 46.328 mortes violentas intencionais em todo o país no ano passado, o que representa 22,8 mortes violentas a cada 100 mil habitantes.
Para o coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques, a queda, ainda que não seja tão expressiva, é motivo de comemoração, mas também, de alerta, uma vez que o Brasil segue sendo um país violento.
“É um feito importante para um país do tamanho do Brasil ter uma redução de 3,4% que, na verdade, se soma a uma tendência de redução que a gente vem acompanhando desde 2018”, diz e ressalta: “A gente teve 46.328 mortes violentas intencionais em 2023. Ainda é um número bastante alto. O Brasil tem aproximadamente 3% da população mundial, mas concentra 10% dos homicídios registrados no mundo. As nossas taxas de homicídio ainda mostram que o Brasil é um país extremamente violento”.
Segundo o Anuário, em termos globais, a taxa de MVI do Brasil, ou seja, 22,8 mortes violentas a cada 100 mil habitantes, é quase quatro vezes maior do que a taxa mundial de homicídios, que, segundo dados das Nações Unidas é de 5,8 mortes por 100 mil habitantes.
(Com Agência Brasil)