Os sinais de um infarto podem variar entre homens e mulheres e, muitas vezes, passam despercebidos. Conhecer essas diferenças é essencial para identificar a doença a tempo e buscar ajuda médica imediata.

Especialistas do HCor alertam que os sintomas não são iguais nos dois sexos e que a falta de informação pode reduzir drasticamente as chances de sobrevivência.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, uma pessoa morre a cada dois minutos vítima de doenças cardiovasculares. Reconhecer os sintomas pode ser a diferença entre a vida e a morte.
O que pode indicar um infarto
De acordo com um estudo da American Heart Association, cerca de 45% dos ataques cardíacos são silenciosos e só descobertos em exames de rotina.
Os sinais clássicos incluem dor no peito, formigamento no braço esquerdo e pescoço, náuseas, vômitos, suor frio e até desmaios.
Segundo o cardiologista Dr. Leopoldo Piegas, sintomas como falta de ar, queimação no estômago sem relação com alimentos e incômodo no peito após exercícios físicos também podem indicar doenças cardiovasculares.
“É importante lembrar que, quando se trata de doenças cardiovasculares do coração, a falta de informação pode ser fatal”, alerta.
Diferenças entre homens e mulheres
O infarto atinge homens e mulheres de forma diferente. Nos homens, os casos costumam ocorrer a partir dos 45 anos, enquanto nas mulheres, o risco aumenta após os 55 anos, com a chegada da menopausa. Os sintomas, porém, variam bastante.
Nos homens, a dor geralmente é percebida como uma pressão no peito, acompanhada de suor frio, dor nos braços, na boca do estômago ou na mandíbula. Tonturas e desmaios também podem ocorrer durante a crise.
Nas mulheres, as dores podem ser descritas como queimação ou pontadas no peito. Além disso, os sintomas costumam ser subestimados, já que antes da menopausa o risco de infarto é menor.
Fatores como uso de anticoncepcionais, tabagismo, estresse, má alimentação e sedentarismo aumentam ainda mais a probabilidade de trombose e infarto.
Quando o infarto acontece
O sinal mais claro é a dor intensa no peito que dura mais de 20 minutos e irradia para o braço ou ombro esquerdo. Além disso, podem surgir desconfortos em toda a região torácica, falta de ar, fadiga, azia, suor excessivo, dor nas costas e no pescoço.
“Isso acontece porque os órgãos e tecidos do corpo são interligados e interdependentes. O músculo cardíaco não funciona sozinho”, explica Dr. Piegas.
“Ele precisa de uma boa oxigenação promovida pelos pulmões, da pressão sanguínea eficiente e constante e de um sistema circulatório livre de placas de gordura ou coágulos”, finaliza.
Sinais de alerta que não devem ser ignorados
Cansaço extremo, tonturas, náuseas, perda de apetite, vômitos, desmaios, dores nos braços e costas, dor no estômago, fraqueza e problemas de sono são sinais que podem indicar risco de infarto.
Segundo os especialistas, é necessário apresentar pelo menos seis desses sintomas para suspeitar de um quadro real. Isolados, eles não devem ser motivo de alarme imediato, mas exigem atenção.
Tratamento é o mesmo para homens e mulheres
Após o diagnóstico, o objetivo é desobstruir rapidamente a artéria responsável. Isso pode ser feito por cateterismo, aplicação de stent ou por medicamentos que dissolvem o coágulo.
“A angioplastia, tratamento preferencial, segue-se ao cateterismo sempre que disponível”, detalha o Dr. Piegas. Nesse procedimento, um stent é colocado para manter a artéria aberta e evitar novas obstruções.
Identificar precocemente os sintomas de infarto, tanto em homens quanto em mulheres, é crucial para aumentar as chances de sobrevivência. A atenção às diferenças nos sinais e a busca imediata por atendimento médico podem salvar vidas.
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