Executado a tiros em uma ação que chocou o país, Ruy Ferraz Fontes, que ocupou o cargo de delegado geral da Polícia Civil (PC) de São Paulo de 2019 a 2022, foi jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Ruy virou alvo do grupo criminoso no primeiro ano de comando na PC, quando ordenou a transferências de integrantes da facção para o sistema federal.
Na época, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros 15 líderes do PCC estavam em um presídio em Presidente Venceslau (SP) e desde então, Marcola nunca mais voltou para o sistema penal estadual. A decisão colocou o nome de Ruy no topo da lista dos inimigos do PCC, já que dificultou a atuação do traficante no comando das ações do grupo em São Paulo e em todo o Brasil. Tanto é que uma ordem para matar Ruy foi dada pela alta cúpula do grupo criminoso.
O ‘juramento de morte’ foi denunciado pelo MP-SP em agosto de 2019. Além do ex-delegado, outros dois nomes eram alvos da ordem de execução. Não foi em 2019, no entanto, que o nome de Fontes foi conhecido pelo grupo criminoso. No início dos anos 2000, os traficantes do PCC foram indiciados pela equipe do delegado. Apesar da denúncia em 2019, ainda não há indícios que apontem a ligação da facção com a morte de Ruy.
Antes de ser delegado geral, Ruy fez parte de divisões especializadas no combate ao crime organizado. Por isso, acumulou passagens no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), o Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Ele é formado em Direito.
Fonte: Correio
