O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou, nesta quinta-feira (15), o afastamento de Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão foi proferida pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, da 19ª Câmara Cível, e também destitui os demais membros da diretoria da entidade.

A medida baseia-se na anulação de um acordo firmado entre a CBF e dirigentes da Federação Mineira de Futebol (FMF), que havia encerrado questionamentos sobre a legalidade da assembleia geral eleitoral de 23 de março de 2022, a qual resultou na eleição de Ednaldo Rodrigues. Segundo o magistrado, há indícios de falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Coronel Nunes, ex-presidente da CBF e um dos signatários do acordo. Laudos médicos apontam que Nunes, diagnosticado com câncer no cérebro em 2018, apresentava comprometimento cognitivo desde então, o que colocaria em dúvida sua capacidade para celebrar atos da vida civil.
Com a decisão, o vice-presidente Fernando Sarney, filho do ex-presidente da República José Sarney, foi nomeado interventor da CBF e ficará responsável por convocar novas eleições para a entidade.
Esta é a segunda vez que Ednaldo Rodrigues é afastado da presidência da CBF. A primeira ocorreu em dezembro de 2023, quando o TJ-RJ invalidou o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que havia garantido sua eleição. Na ocasião, Ednaldo retornou ao cargo por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A defesa de Ednaldo Rodrigues já recorreu ao STF para tentar reverter o afastamento. A ação será relatada pelo ministro Gilmar Mendes.
O afastamento ocorre poucos dias após a confirmação da contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti para comandar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026. A CBF ainda não se pronunciou oficialmente sobre o impacto da decisão judicial na continuidade do trabalho de Ancelotti.