Registros da plataforma Evidence, usada pela Polícia Militar de São Paulo para armazenar vídeos das câmeras corporais, indicam um possível esquema de manipulação e exclusão de gravações por usuários com acessos indevidos.

O caso envolve a major Adriana Leandro de Araújo, que teria deletado imagens de uma ação policial durante a Operação Verão, em março de 2024, em Santos, onde Joselito dos Santos Vieira, de 47 anos, foi morto com 12 tiros. A gravação, feita pela câmera do soldado Thiago Rodrigues, foi adulterada e depois excluída da plataforma.
Segundo o especialista Bruno Dias, a plataforma permite que policiais alterem suas permissões para acessar e apagar vídeos, incluindo mudar autorias e datas. Isso compromete a validade jurídica das gravações como prova.
A Polícia Militar admitiu dificuldades em auditar operações feitas no sistema e já havia alertado a empresa Axon, responsável pela plataforma, sobre mudanças feitas por usuários genéricos.
Além disso, peritos apontam falhas graves no processo de custódia dos vídeos, como a aplicação tardia da função hash, o que impediria a verificação da integridade das imagens.
O caso do homicídio foi arquivado em junho, mas segue sob sindicância interna, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP). A major envolvida não se manifestou até a publicação da reportagem.
Fonte: Metrópoles
