Estudo no TJBA revelou perfil das vítimas, dos supostos agressores e do cenário da violência doméstica contra a mulher na Bahia.
Em 2022, a Bahia registrou um aumento de 58% nos casos de violência (cerca de um por dia) – Foto: Marcos Santos | USP Imagens
Mais de 86% das mulheres vítimas de violência doméstica na Bahia são negras, segundo aponta um estudo feito pelo Grupo de Pesquisas Judiciárias (GPJ) do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA). O estudo, divulgou o perfil das vítimas, dos supostos agressores e do cenário da violência doméstica contra a mulher.
Entre as variáveis analisadas, destacam-se idade, escolaridade e raça/cor, abrangendo as Medidas Protetivas de Urgência (MPUs) tramitadas no TJBA. A análise dos dados revela um perfil específico: a maioria das vítimas se autodeclara como negra, preta ou parda (86,46%). Quanto à faixa etária, o grupo mais representativo é o de 30 a 39 anos (34,19%). Além disso, mais da metade das vítimas têm filhos em comum com a pessoa agressora.
Já os supostos agressores são, majoritariamente, homens negros, pretos ou pardos (86,29%), com faixa etária entre 40 e 49 anos, que atuam profissionalmente de forma autônoma/informal.
Sobre o perfil da agressão, foi constatado que a violência ocorre principalmente à noite, está relacionada à separação (44,21%) e possui natureza psicológica e física.
O levantamento, realizado no Sistema de Gestão de Acervo Processual do TJBA (Exaudi), resultou na extração de dados de 44.304 processos de MPU que não estavam sob segredo de justiça. A partir desse universo, foi selecionada uma amostra aleatória de 380 processos de 112 comarcas.
Além dessa pesquisa, o GPJ divulgou, em 2024, estudos sobre Ações Judiciais de Divórcio e Reforma da Justiça Gratuita no TJBA. O Grupo, também, elaborou um Manual de Metodologia de Pesquisa. Todos esses estudos estão disponíveis no site oficial do TJBA, na página do Portal da Estratégia. Ao acessar, basta clicar em Pesquisas, ícone disponível ao lado da marca do Grupo de Pesquisas Judiciárias.
Redação A Tarde