Após o jogo contra o Sport pela Copa do Nordeste, o Fortaleza teve o ônibus apedrejado na noite da quarta-feira (21), na BR-232, no Curado, na Zona Oeste do Recife. Segundo o clube cearense, seis jogadores ficaram feridos com o ataque dos vândalos e foram levados para o Real Hospital Português, no bairro do Paissandu, na área central da cidade.
O ataque aconteceu após o empate por 1 a 1 entre os dois times na partida que aconteceu na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. A equipe do Fortaleza voltava para o hotel em que estava hospedada quando o ônibus foi atacado pelos vândalos.
Um vídeo publicado pelo clube cearense no Instagram mostra as pedras que foram jogadas contra o ônibus, que ficou com várias janelas quebradas e estilhaços de vidros sobre as poltronas. Nas imagens, ainda é possível ver manchas de sangue em alguns dos assentos do veículo.
“Eu estava no ônibus, vi torcedores com camisa amarela, já vi uma bomba no nosso ônibus, quebrou toda a lateral do vidro do ônibus, seis atletas que ficaram lesionados”, afirmou Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, ao ge.
De acordo com o Fortaleza, os seis jogadores feridos que foram levados para o hospital foram:
- O goleiro João Ricardo, que ficou ferido com um corte no supercílio;
- O lateral-esquerdo Gonzalo Escobar, que sofreu uma pancada na cabeça, um corte na boca e um outro corte no supercílio;
- O lateral-direito Dudu, os zagueiros Titi e Brítez e o volante Lucas Sasha ficaram feridos por causa dos estilhaços de vidro e tiveram que conter sangramentos.
“Atingiram nossos jogadores, o Dudu está aqui sangrando […] Isso é um absurdo, não cabe mais no futebol brasileiro. Estamos todos revoltados aqui”, disse Marcelo Paz, que publicou um vídeo no Instagram mostrando a situação dos atletas dentro do ônibus.
Por nota, o Fortaleza informou que João Ricardo e Gonzalo Escobar passaram por suturas, que é o procedimento de aplicar pontos cirúrgicos. Além disso, Escobar passou por exames de tomografia na cabeça, mas está bem e consciente. Os demais jogadores receberam cuidados médicos para a retirada de estilhaços de vidro pelo corpo.
“O hospital não está autorizado a divulgar nomes ou informações sobre os atendimentos”, disse a assessoria da unidade de saúde, em nota. Segundo informações apuradas pela TV Globo, os seis atletas tiveram alta hospitalar por volta das 5h30 desta quinta-feira (22) e, juntos com os demais integrantes da delegação do Fortaleza, voltaram para o Ceará.
O que diz a polícia
Em nota, a Polícia Civil afirmou que:
- Investiga o caso, que foi registrado, na Delegacia de Prazeres, como lesão corporal;
- As vítimas têm idade entre 26 e 35 anos e tiveram “lesões provocadas por objetos contundentes”;
- Segundo relatos de testemunhas, os agressores arremessaram explosivos e pedras contra os jogadores e fugiram em seguida;
- “As investigações seguem com a Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva até o total esclarecimento do caso”.
O g1 também entrou em contato com a Polícia Militar, para saber se algum suspeito foi detido e para questionar por que o ônibus com a delegação do Fortaleza não recebeu escolta policial no trajeto do estádio para o hotel, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
Resposta do Sport
Após o ataque dos vândalos, o presidente do Sport, Yuri Romão, foi ao hospital prestar apoio aos jogadores do Fortaleza. Para o ge, ele e Marcelo Paz detalharam a situação dos atletas feridos.
Nas redes sociais, o time pernambucano repudiou a violência sofrida pelos jogadores do Fortaleza e afirmou que tais atos “não condizem com a real conduta e comportamento da torcida rubro-negra, tampouco com os valores do clube”.
O Sport também disse que se colocou à disposição para ajudar na apuração dos fatos e das investigações para identificar os envolvidos.
Veja a nota do Sport na íntegra:
O Sport Club do Recife repudia veementemente os atos de violência praticados contra o ônibus da delegação do Fortaleza Esporte Clube na saída da Arena de Pernambuco após a partida desta quarta-feira.
Os absurdos atos de violência não condizem com a real conduta e comportamento da torcida rubro-negra, tampouco com os valores do Clube – que sempre irá abominar esse tipo de postura.
O presidente Yuri Romão, o executivo André Figueiredo, o coordenador técnico Ricardo Drubscky e a equipe médica do Clube já estão com delegação do time cearense, prestando apoio e todo o suporte necessário.
O Sport também já se colocou à disposição para ajudar na apuração dos fatos e as investigações, buscando identificar os envolvidos nesse ato criminoso.
* Com informações dos repórteres Elias Roma Neto, Alexandre Barbosa, Irce Falção, Thiago Ribeiro e Camila Sousa, do ge PE, e Juscelino Filho, do ge CE.