Dependendo da região do país em que você estiver, o termo “cuscuz” descreve pratos diferentes. Em São Paulo, por exemplo, cuscuz é um prato que leva farinha de milho em conjunto com outros ingredientes, como sardinha ou frango, pimentão, cebola e ovos. Já o cuscuz nordestino é feito com flocão de milho hidratado com água e sal. No Rio de Janeiro, cuscuz é um doce, feito com tapioca e coco. Há ainda o cuscuz marroquino, feito com semolina.
Embora seja um prato típico da região Nordeste, o cuscuz feito com flocão de milho ganhou popularidade pelo país e passou a integrar a alimentação de pessoas de todas as regiões. Mas muitos ainda ficam na dúvida sobre como incluir esse alimento em uma dieta que visa o emagrecimento, por exemplo.
De acordo com a nutricionista Priscilla Primi, colunista do GLOBO e mestre pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), o cuscuz nordestino é um ótimo alimento e pode, sim, fazer parte da dieta de quem quer emagrecer, mas por ser fundamentalmente uma fonte de carboidratos, é preciso estar atento à quantidade.
— O cuscuz é um alimento muito bom em termos de nutrientes e uma excelente opção de café da manhã. Seu consumo pode ajudar a emagrecer, desde que esteja dentro de uma dieta balanceada — orienta Primi.
De acordo com a nutricionista, como todo alimento fonte de carboidrato, a recomendação é comer com moderação. Em termos de calorias, um pedaço grande de cuscuz equivale a um pão.
Já em termos de nutrientes, o cuscuz é melhor que o pão. Além de também ser uma ótima fonte de carboidratos, o cuscuz tem mais fibras, um pouco de proteína, um pouquinho de gordura e muitos micronutrientes, como selênio, vitamina A, cálcio, magnésio, fósforo, sódio, potássio, selênio, vitamina A, vitamina B9 e vitamina B12.
— O cuscuz baiano é basicamente feito de milho, que é uma excelente fonte de energia. Além disso, ele é rico em fibras, que ajudam bastante na saciedade e não tem glúten. Para quem tem problemas em relação ao consumo de glúten, como doença celíaca ou sensibilidade, pode ser uma boa opção no lugar do pão.
Seu cozimento é feito no vapor, com apenas um pouco de sal, o que o torna um alimento muito versátil, podendo ser usado em preparações doces ou salgadas. No Nordeste, o hábito é come-lo com manteiga e ovo. Segundo Primi, essa é uma boa combinação, pois o ovo é uma boa fonte de proteína, o que ajuda a minimizar os efeitos da glicemia do carboidrato.
Outros tipos de cuscuz
Mas e outros tipos de cuscuz, como o paulista e o marroquino, também são saudáveis? Podem fazer parte de uma dieta de emagrecimento?
— Minha dica para colocar esses pratos numa dieta saudável é usar ingredientes ricos em nutrientes e com poucas calorias. Então, utilizar de boas fontes de proteína no preparo, pouca gordura e muitas fibras — avalia Primi.
O cuscuz paulista é feito com farinha de milho hidratada com um caldo, que pode ser de legumes, frango etc, e colocado vários ingredientes. Ele se assemelha muito a um prato principal, pois, em geral, os complementos envolvem o uso de proteínas, como sardinha, frango, camarão e também legumes.
— O que vai diferenciar um prato do outro, e consequentemente, as calorias e os nutrientes, são os ingredientes desse cuscuz. Se pensarmos na base, que é a farinha de milho, ela tem um valor nutricional muito próximo do flocão de milho, usado no cuscuz baiano. Mas o baiano tem um pouco menos de fibra — explica Primi.
Já o cuscuz marroquino é feito com um derivado do trigo, que é a semolina. Seu valor nutricional também varia de acordo com os ingredientes usados no preparo.
— Tem algumas receitas que utilizam frutas secas e castanhas, como damasco, uva passa, amêndoa e castanha de caju e outras receitas que usam abobrinha, cenoura, milho verde etc. — pontua a nutricionista.
Esse cuscuz também é considerado uma boa fonte de carboidrato e de fibras. Em relação às calorias, o valor calórico de todos é bem parecido. Confira a tabela abaixo.
— Na dieta de emagrecimento, tanto o cuscuz marroquino quanto o paulista podem ser incluídos nas refeições principais, como almoço e jantar, no lugar de carboidratos, como o arroz — orienta Primi.
Fonte: O GLOBO