Policiais civis da 93ª DP (Volta Redonda) realizaram, nesta sexta-feira, uma operação para desarticular uma quadrilha especializada em extorsões no Sul Fluminense. Os agentes cumpriram mandados de prisão expedidos pela Justiça, pela manhã. No total, cinco homens são investigados por suspeita de integrar um grupo que vinha extorquindo comerciantes. Dois deles são ligados às forças de segurança: um é policial militar, e o outro, inspetor de polícia. Três pessoas foram detidas, incluindo um policial civil.
Na operação, realizada com apoio da 6ª Corregedoria Regional de Polícia (CRP) e a 5ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), foram apreendidos fardas, distintivos falsos, simulacro de fuzil, e aparelhos eletrônicos. Além dos três presos, há mandados de prisão contra outros dois homens, incluindo um policial militar. As diligências seguem para localizá-los e para identificar outros envolvidos, além de localizar novas vítimas.
De acordo com a decisão judicial, uma das vítimas relata que os suspeitos a abordaram, entre eles o policial militar, com armas em punho, e se apresentaram como policiais. Após pegar a substância que estava com a vítima e verificarem que não se tratava de droga, passaram a extorquir, exigindo valores em dinheiro. Os criminosos circularam com a vítima por alguns pontos da cidade de Volta Redonda, até chegar a uma estrada de chão em um local ermo situada no município vizinho de Barra do Piraí.
Um amigo da vítima foi acionado por telefone para pagar uma quantia em dinheiro pela liberação do amigo, mas acabou refém do grupo criminoso. Os suspeitos chegaram a se apropriar do veículo da primeira vítima para obrigá-la a pagar pelo resgate do bem. A decisão cita ainda a representação da autoridade policial que informa que, para intimidar os reféns, os criminosos afirmaram que o dinheiro seria destinado a um delegado de polícia, com respaldo de outras autoridades policiais e da Promotoria de Justiça Criminal local. O inspetor de polícia utilizava uma viatura da Polícia Civil para realizar as ações criminosas do grupo.
A Justiça determinou a prisão temporária de todos os envolvidos, a suspensão do exercício das funções públicas dos policiais e a quebra de sigilo dos dados celulares e outros dispositivos eletrônicos dos suspeitos.
Polícia Civil nega uso de viatura
De acordo com a Polícia Civil, os criminosos usavam veículos descaracterizados. As investigações tiveram início, segundo policiais, a partir de denúncias, que relataram as ações indevidas de indivíduos que se identificavam como policiais civis e militares. O grupo realizava abordagens irregulares, retendo bens e documentos das vítimas e exigiam dinheiro para devolução. Com a investigação, os agentes conseguiram identificar como o grupo criminoso atuava, com ameaça, intimidação, coação e, em alguns casos, simulavam cumprimentos de mandados judiciais. Uma das vítimas relatou que só teve seus documentos devolvidos após efetuar pagamento sob ameaça.
Em nota, a Polícia Militar informou que a Corregedoria Geral da Corporação vai instaurar um procedimento apuratório para avaliar a condição do agente suspeito permanecer nos quadros da SEPM. O comando da corporação reiterou ainda “que não compactua com cometimento de excessos e crimes realizados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos.”
Fonte:Extra o Globo