Dezenas de elefantes morreram de sede no Parque Nacional de Hwange, no Zimbábue, devido à seca causada pelas mudanças climáticas e pelo fenômeno El Niño, disseram autoridades locais na sexta-feira (8).
Hwange, que fica na região oeste do Zimbábue, não é atravessado por nenhum grande rio, então os animais dependem de poços de água para se hidratarem. Em 2023, no entanto, a região está ainda mais quente e seca por conta do fenômeno climático sazonal conhecido como El Niño.
“Dependemos de água artificial porque a nossa água superficial diminuiu. Como os elefantes dependem da água, estamos registrando mais mortes”, disse Daphine Madhlamoto, ecologista das Autoridades de Parques e Vida Selvagem do Zimbábue (Zimparks).
O repórter da Reuters que visitou o local disse que viu dezenas de carcaças de elefantes perto de alguns dos bebedouros espalhados pelo parque. De acordo com Madhlamoto, Hwange tem 104 pontos em que os animais podem se hidratar, mas não há água o suficiente para matar a sede dos mais de 45 mil elefantes da região — um animal adulto precisa de 200 litros de água por dia.
“O parque tem testemunhado o impacto das mudanças climáticas. Temos tido menos chuvas”, disse Madhlamoto.
A estação chuvosa no Zimbabué vai de novembro a março, mas até agora quase não choveu este ano. A seca deve continuar até 2024, segundo os Serviços Meteorológicos do país.
O Zimbábue tem uma população de quase 100 mil elefantes, mas capacidade para lidar com apenas pouco mais de metade deles. Por isso, os parques nacionais estão sobrecarregados, explicou a Zimparks.
Diversas manadas foram forçadas a caminhar até o país vizinho, Botsuana, em busca de água e comida. A Zimparks disse que grupos conservacionistas estão tentando fornecer água extra desassoreando poços e bombeando mais água através de poços solares para ajudar a lidar com a crise.
Fonte: G1