O dia de ontem foi de apreensão, transtornos e muita chuva na capital baiana. Até às 18h30, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) já havia contabilizado 195 ocorrências e, conforme o órgão municipal, o volume de chuva registrado em maio já havia superado a média climatológica do mês, que é de 302,2 mm.
Nesta terça-feira (6), chuvas moderadas atingiram diversos pontos da cidade, resultando em solicitações, como: 53 ameaças de desabamento, 48 de deslizamento, 22 de queda de árvores, 31 deslizamentos de terra, sete árvores caídas, um desabamento de imóvel (no Pau da Lima), 15 infiltrações e quatro desabamentos parciais.
Como explica o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo, o balanço das chuvas que caíram em Salvador, na madrugada de ontem, aponta que algumas localidades computaram 64mm de chuva. A região do Barro Duro, próximo à CIA-Aeroporto, limítrofe com Lauro de Freitas e Simões Filho, registrou os maiores acumulados: 392,6 mm até o início da noite de ontem.
Em razão da influência da frente fria que permanece no estado, a Codesal fez o acionamento de seis sirenes em diversas localidades da capital, apontando a necessidade de as pessoas estarem fora das suas casas e fora da condição de risco, pois o solo continua encharcado e risco de deslizamento de terra permanece.
Nos últimos dias, foram evacuadas as comunidades de Mamede – Alto da Terezinha; Irmã Dulce – Cajazeiras VII; Creche – Castelo Branco; Moscou – Castelo Branco; Bosque Real – Sete de Abril e Olaria – Sete de Abril, após registrar acumulados de chuva superiores a 150 mm em 72 horas e previsão de novos episódios de precipitação forte a muito forte. O acionamento faz parte do protocolo do Plano Preventivo da Defesa Civil de Salvador (PPDC) para áreas de risco em dias de chuvas intensas.
“Continuamos atendendo a toda a população por meio do número 199, com as nossas equipes de engenheiros, de arquitetos e geólogos realizando as vistorias e fazendo também o acompanhamento por meio do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil Salvador (Cemadec), através de nossos meteorologistas, oceanógrafo, estatísticos, engenheiros civis e eletricistas que fazem esse acompanhamento para monitorar e também alertar a população”, explica diretor-geral da Codesal.
Ainda conforme o órgão municipal, os locais em que mais choveu neste mês na capital baiana foram, além de Barro Duro, a Ilha de Bom Jesus dos Passos – EM Bom Jesus (326,6 mm), Periperi (297,4mm), Nova Constituinte (268,8 mm), Mirante de Periperi (267,6 mm) e Águas Claras – Codesal (267,4 mm). Na madrugada desta terça-feira (6), a menor temperatura registrada foi de 21,9°C, observada na região do Barro Duro – Fundac, às 6h05 da manhã.
Entre a última sexta-feira (2) e ontem, os maiores registros de rajadas de vento na capital baiana ocorreram nas seguintes localidades: no dia 2, Valéria (Embasa) com 60,5 km/h; no dia 3, Canabrava – Barradão com 64,8 km/h; no dia 4, Barra – Vila Naval com 54,4 km/h, no dia 5; Barra (Vila Naval) com 42,5 km/h e no dia 6, Canabrava – Barradão com 42,1 km/h.
Municípios baianos afetados
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a capital baiana e mais 42 cidades (do Nordeste e Centro Norte Baiano, e da Metropolitana de Salvador) permanecem o aviso laranja, de chuvas intensas, que sinaliza perigo e é válido até às 10h de hoje, que prevê chuvas entre 30 e 60 mm/h ou de 50 a 100 mm/dia, com ventos intensos (60-100 km/h). O órgão alerta para o risco de alagamentos, corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores e de descargas elétricas.
Dentre as orientações para a população das localidades que enfrentarão as consequências do mau tempo, estão: em caso de rajadas de vento, não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda; se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia; e obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).
Por Livia Veiga TRB